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Máfia de seguro surrupiou corpo do IML e fez enterro

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Máfia de seguro surrupiou corpo do IML e fez enterro
Polícia investiga bando que se passou por parente de morto por atropelamento para tentar sacar R$ 13.500 do DPVAT

Rio - Um morto por atropelamento, com problemas mentais e sem relacionamento familiar. É o ponto de partida do golpe quase perfeito que bando especializado em fraudar seguros de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) precisava. A quadrilha fraudou documentos, liberou o corpo de Mário Thomaz de Aquino, 54 anos, no IML e enterrou-o. Tudo para abocanhar os R$ 13.500 do seguro, que só não foi pago porque o acaso fez com que parentes soubessem da fraude. Quinta-feira, dois golpistas foram presos.

Mário foi atropelado dia 17 de julho às 18h20 na Av. Osvaldo Aranha, Maracanã. Sem identificação, foi encaminhado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, onde morreu no dia seguinte. No IML, foi reconhecido pelas impressões digitais.

Aí começa a trama que a 18ª DP (Praça da Bandeira) tenta desvendar. Um suposto funcionário do IML chamado Sandro procurou a família de Mário no endereço dele, em Manguinhos. Lá, descobriu que ele tomava remédios para distúrbios psiquiátricos e que quase não via a família. Quem cuidava dele era uma vizinha que tentou liberar o corpo, em vão.

Ela voltou depois ao IML e se surpreendeu ao saber que uma das filhas já o enterrara. Era, na verdade, um membro da quadrilha que, com os dados reais da filha, falsificou carteira de identidade, retirou o corpo, enterrou Mário e deu entrada na indenização. “Me assustei pois cuidava dele há 5 anos. Como as filhas, que o viam pouco, souberam da morte e organizaram tudo?, pergunta-se a vizinha.

Dupla foi presa após enganar advogado

O acaso jogou por terra os planos da quadrilha que já começou a ser desmontada. Quinta-feira um casal foi preso por participação no esquema e um outro está foragido. O erro fatal foi tentar atrair e enganar um advogado. Um parente esbarrou com a vizinha que cuidava de Mário e soube da morte dele. Uma filha foi ao IML e soube que alguém se passara por ela usando seus dados para liberar e enterrar seu pai. No Cemitério do Murundu, Realengo, há registro de que na cova rasa 7646-A Mário foi sepultado sem familiares. Orlando Zacone, delegado da 18ª DP (Pça da Bandeira), não descarta exumar o corpo.

Com atestado de óbito, registro de ocorrência do atropelamento e documentos falsos da filha e do morto, o bando requisitou a indenização do DPVAT. Tem direito a R$ 13.500 parentes de mortos ou pessoas que ficam inválidas em acidentes de trânsito. Acidentados têm direito a reembolso de despesas médicas.

Os bandidos alegaram não ter R$ 4 mil para o sepultamento e convenceram um advogado a pagá-lo, prometendo ressarci-lo após receberem a indenização. Ele abriu a conta bancária em nome da filha — com dados verdadeiros dela, inclusive telefone — para o depósito do DPVAT.

Só que, já sabendo do golpe, a filha verdadeira tentou bloquear o pagamento na seguradora, que avisou ao banco. O advogado foi contatado e, ao perceber que era vítima da fraude, atraiu a dupla para que equipe da 1ª DP (Praça Mauá) prendesse o casal. O IML e a Polícia Civil não comentaram o caso.

Quadrilha denunciada em 2006

Em maio de 2006, O DIA denunciou uma quadrilha que agia no IML especializada em vender corpos com atestado de óbito, certidão em cartório e enterro em um dos 13 cemitérios do Rio. O preço do serviço da Máfia dos Corpos variava de R$ 1,8 mil a R$ 3 mil e os cadáveres eram destinados a golpes de seguros ou a famílias interessadas em acelerar heranças ou pensões do INSS em casos de desaparecidos. Dois agentes funerários foram presos.

Na época, dois integrantes da quadrilha foram identificados e presos. Além disso, a participação de médicos legistas do IML também foi comprovada. A fraude só foi descoberta quando uma das vítimas da quadrilha, M., 27 anos, que procurava o corpo do irmão G. O médico que assinou o atestado de óbito falso em nome de G. foi suspenso pelo Conselho Regional de Medicina. O DIA revelou também o caso de um cabo da Aeronáutica que comprou o kit para forjar sua morte e fazer com que a família embolsasse R$ 477 mil de seguro mais pensão militar. Ele foi preso.

Por Felipe Freire

Fonte: O Dia (http://www.odia.com.br) – 13/08/2011.

 


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